Autonomia feminina no campo

um perfil atualizado da região sul a partir dos dados do censo agropecuário 2017

Autores

DOI:

https://doi.org/10.24302/drd.v12ied.esp.Dossie.3920

Resumo

O presente artigo tem por objetivo traçar o perfil da mulher no campo no sul do Brasil, a partir de características censitárias disponíveis dos estabelecimentos agropecuários. Foram extraídos dados do último Censo Agropecuário de 2017 com recorte de gênero e adotando como critério metodológico a divisão entre agricultura familiar e não familiar (orientados pelo Decreto 9.064/2017 que regulamentou a Lei da Agricultura Familiar, além da pesquisa bibliográfica de textos relacionados. As mulheres no campo sofrem com discriminações específicas, seja pela dificuldade no acesso à terra, escolaridade, invisibilização do seu trabalho agrícola entre outros, que representam um entrave à sua autonomia. Neste artigo se verificou que as mulheres de agricultura familiar da Região sul podem ter tido impactos positivos das diretrizes governamentais que tinham por objetivo fornecer maior acesso à terra. Também verificou-se que as mulheres dedicam grande parte da produção do estabelecimento para autoconsumo e que a maioria destas possui escolaridade até no máximo o ensino fundamental. Também é possível que tenha havido a evasão de mulheres das ocupações agropecuárias. As variáveis de acesso à terra, produção para autoconsumo e baixa escolaridade, se avaliadas de forma conjunta, permitem inferir que a mulher do campo ainda busca sair da condição de subordinação de gênero, mesmo que tenha tido conquistas que exponham um horizonte de autonomia no meio rural.

Palavras-chave: Mulheres. Agricultura Familiar. Economia Feminista.

Biografia do Autor

Leonardo Xavier da Silva, Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Possui graduação em Ciências Econômicas pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (1994), mestrado em Economia Rural pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (1997) e doutorado em Economia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2002). É professor do Departamento de Economia e Relações Internacionais (DERI) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), estando vinculado aos programas de pós-graduação em Desenvolvimento Rural (PGDR) e em Agronegócios (PPGAgronegócios). Ocupa o cargo de coordenador do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Rural (PGDR) e é membro suplente das comissões de graduação dos cursos de Ciências Econômicas (ComGrad Economia) e de Desenvolvimento Rural (Plageder) Tem experiência na área de Economia, com ênfase em Economia rural e teoria macroeconômica, atuando principalmente nos seguintes temas: desenvolvimento rural, agricultura, agricultura familiar, política econômica e agricultura brasileira; política macroeconômica e análise dos agregados econômicos.

Maria Eduarda Ramazini Benites, Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Estudante do curso de graduação em Ciências Econômicas (UFRGS). Experiência em pesquisa nas áreas de economia feminista e bancos de dados censitários. Sua área de atuação é em economia. Possui bom domínio dos idiomas português e inglês.

Downloads

Publicado

2022-02-11

Como Citar

Silva, L. X. da, & Benites, M. E. R. (2022). Autonomia feminina no campo: um perfil atualizado da região sul a partir dos dados do censo agropecuário 2017. DRd - Desenvolvimento Regional Em Debate, 12(ed.esp.Dossie), 141–164. https://doi.org/10.24302/drd.v12ied.esp.Dossie.3920