Rei Gelado, Corpo sem órgão, Corpo esquizo-carnavalizado: Diálogos sobre loucura entre Deleuze e Bakhtin
DOI:
https://doi.org/10.24302/prof.v12.5898Resumen
O Rei Gelado é um personagem instável de Ooo em Hora de Aventura. Sua relação com todo o universo, mesmo este tão colorido e divertido, parece fragmentada e dificultada, em especial por sua mente, que ora parece atuar numa programação muito caótica e específica, ora se perde em lacunas de memórias. Nesse cenário de incerteza, o personagem se mostra louco e isso abre um caminho para entender: o que é um Rei Gelado? O que tem de relação com sua loucura e a luta pela vida? Quando compreendemos a existência de Simon, a primeira vida de Rei Gelado, também revela uma relação de paternidade com Marceline, a vampira-demônia-punk recorrente da série. Esse vínculo expande nossa compreensão do personagem e nos empurra para uma leitura de uma revolução-loucura que passa pela destituição dos poderes sobre o corpo, que se utiliza da carnavalização. Este artigo tem como objetivo interpretar a construção do personagem Rei Gelado enquanto figura esquizo-carnavalizada (união da carnavalização com o corpo esquizo), a partir de análise filosófica e hermenêutica narrativo-cultural, fundamentada em Bakhtin, Artaud, Deleuze e Guattari. Especificamente, utilizamos a ideologia de Bakhtin sobre o Carnaval e o Corpo sem órgãos, formulado pelo escritor e revolucionário-louco Antonin Artaud e teorizado por Gilles Deleuze e Félix Guattari. Nosso objetivo é compreender as relações do corpo louco como forma de sobreviver em meio ao processo desumanizador. Por essa razão, o papel de Rei Gelado em Hora de Aventura é muito pertinente, pois demonstra um corpo tensionado ao máximo de suas capacidades mentais e físicas perante um mundo que se reconstruiu carnavalizado em seu pós-apocalipse.
Palavras-chave: Rei Gelado; loucura; revolução; corpo sem órgãos.
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