Epistemologia das ciências policiais
DOI:
https://doi.org/10.24302/prof.v12.5996Resumo
Este artigo analisa como a epistemologia de Johannes Hessen pode fundamentar a cientificidade das práticas policiais voltadas à preservação da ordem pública, contribuindo para a consolidação das Ciências Policiais como um campo científico autônomo. Partindo da identificação de desafios históricos, como a dicotomia entre “ciência da polícia” e “ciência para a polícia”, a indefinição do objeto e método e a incipiente produção científica endógena nas corporações, o estudo propõe a incorporação dos fundamentos epistemológicos de Hessen — especialmente o conceito de verdade como correspondência e a articulação entre lógica formal e material — como caminho para superar o empirismo técnico e validar o saber-fazer policial como conhecimento científico aplicado. A partir de uma revisão integrativa da literatura nacional e internacional, evidencia-se a pertinência desse referencial para qualificar práticas policiais e reforçar sua legitimidade social e científica. A experiência da Polícia Militar de Santa Catarina (PMSC), com a criação da Faculdade da Polícia Militar (FAPOM), destaca-se como exemplo de institucionalização da prática reflexiva e da produção científica endógena, sinalizando um movimento estratégico rumo à modernização e valorização das instituições policiais. Conclui-se que a epistemologia de Hessen oferece bases sólidas para afirmar as Ciências Policiais como um campo legítimo e essencial ao fortalecimento da segurança pública e à promoção dos direitos fundamentais.
Palavras-chave: ciências policiais; epistemologia; Johannes Hessen; ordem pública; produção científica endógena.
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