A escrita e entrega de cartas na atenção primária

um exercício interprofissional de empatia e agradecimento

Autores

  • Analise Celso Secretaria Municipal de Saúde de Chapecó
  • Débora Caroline Borges Zanol Universidade do Oeste de Santa Catarina
  • Maiqueli Eduarda Dama Mingoti Universidade Federal da Fronteira Sul
  • Gilnei Fitler Soares Universidade Federal da Fronteira Sul
  • Tanielly Gonçalves Veppo Universidade do Oeste de Santa Catarina
  • Cláudio Claudino da Silva Filho Universidade Federal da Fronteira Sul

DOI:

https://doi.org/10.24302/sma.v9iSupl.1.3377

Resumo

Introdução: O PET Saúde visa desenvolver, a partir de grupos tutoriais e integração ensino-serviço-comunidade, mudanças curriculares alinhadas às Diretrizes Curriculares Nacionais para todos os cursos de graduação da saúde, reorientando a lógica da formação dos profissionais e a dinâmica da produção do cuidado em saúde. No setor saúde, as demandas ampliaram-se com a pandemia da Covid-19, e os profissionais da linha de frente vêm enfrentando, no novo cenário, muitos desafios, presentes também na atenção primária. Objetivo: Relatar a experiência na produção e entrega de cartas escritas por petianos para profissionais de saúde de uma unidade básica de saúde em Chapecó-SC, como estímulo e promoção de saúde mental no contexto pandêmico. Metodologia: Trata-se de um relato de experiência, desenvolvido com equipes de saúde da família no oeste catarinense. Previamente, o coordenador da unidade forneceu a listagem de todos os profissionais e, aleatoriamente, cada petiano redigiu, de próprio punho, cartas para profissões diferentes da sua. A entrega ocorreu por alguns membros, juntamente a um bombom e uma breve explanação de agradecimento. Resultados: Com a pandemia, as imersões foram suspensas e as atividades dos petianos passaram a ser de forma remota. Do outro lado, os profissionais de saúde encontram-se sobrecarregados e amedrontados, suscetíveis a desenvolverem distúrbios psíquicos. Condições de estresse, ansiedade, depressão, insônia e esgotamento profissional podem ser considerados como dificultadores no enfrentamento.¹ Para atenuar os efeitos psicológicos advindos da pandemia, o amparo psicossocial é uma alternativa que pode ser aplicada aos profissionais de saúde¹. Dessa forma, a leitura das cartas pode funcionar como efeito terapêutico e motivacional para que os profissionais da saúde se sintam acolhidos pela comunidade. Visando conectar os petianos com os profissionais da ponta, em movimento contra hegemônico à toda instantaneidade do e-mail e das mensagens por aplicativos, a carta se mostrou uma modalidade mais empática e adequada à intencionalidade pedagógica humanística. A escrita manual é uma forma de interação da qual participam interlocutores distanciados no tempo e espaço, estabelecendo-se um lugar de mútua compreensão, mediante a partilha de conhecimentos, crenças, e pontos de vista.2 Ao receber a carta, os profissionais mostraram-se animados e curiosos, buscando relembrar os petianos e apresentando interesse em reencontrá-los para agradecer o gesto. Considerações Finais: Percebeu-se que o gênero carta foi indispensável para conectar petianos empaticamente aos profissionais e valorizá-los nesse momento de enfrentamento, promovendo a melhora de sua saúde mental.³ Refletiu-se sobre o outro que está fisicamente atuante e psicologicamente vulnerável, reconhecendo seus esforços e a relevância da atuação interprofissional em tempos pandêmicos.

Palavras-chave: Carta. Pandemia. Pessoal de Saúde. Educação Interprofissional. Saúde Mental.

Biografia do Autor

Analise Celso, Secretaria Municipal de Saúde de Chapecó

Enfermeira especialista, Secretaria Municipal de Saúde de Chapecó, Preceptora do PET-Saúde/Interprofissionalidade - Projeto 140 - SESAU Chapeco?- SC/UFFS/UDESC/UNOESC. Santa Catarina. Brasil.

Débora Caroline Borges Zanol, Universidade do Oeste de Santa Catarina

Acadêmica do Curso de Graduação em Psicologia, Universidade do Oeste de Santa Catarina - Unoesc, Campus Chapecó, Bolsista do PET-Saúde/Interprofissionalidade - Projeto 140 - SESAU Chapeco?- SC/UFFS/UDESC/UNOESC. Santa Catarina. Brasil.

Maiqueli Eduarda Dama Mingoti, Universidade Federal da Fronteira Sul

Acadêmica do Curso de Graduação em Enfermagem, Universidade Federal da Fronteira Sul, Campus Chapecó, Voluntária do PET-Saúde/Interprofissionalidade - Projeto 140 - SESAU Chapeco?- SC/UFFS/UDESC/UNOESC. Santa Catarina. Brasil.

Gilnei Fitler Soares, Universidade Federal da Fronteira Sul

Acadêmico do Curso de Graduação em Medicina, Universidade Federal da Fronteira Sul, Campus Chapecó, Voluntário do PET-Saúde/Interprofissionalidade - Projeto 140 - SESAU Chapeco?- SC/UFFS/UDESC/UNOESC. Santa Catarina. Brasil.

Tanielly Gonçalves Veppo, Universidade do Oeste de Santa Catarina

Acadêmica do Curso de Graduação em Psicologia, Universidade do Oeste de Santa Catarina, Campus Chapecó, Bolsista do PET-Saúde/Interprofissionalidade - Projeto 140 - SESAU Chapeco?- SC/UFFS/UDESC/UNOESC. Santa Catarina. Brasil.

Cláudio Claudino da Silva Filho, Universidade Federal da Fronteira Sul

Enfermeiro, Doutor em Enfermagem pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Professor Adjunto da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), Campus Chapecó-SC, Coordenador de grupo tutorial no PET-Saúde/Interprofissionalidade no PET-Saúde/Interprofissionalidade - Projeto 140 - SESAU Chapeco?- SC/UFFS/UDESC/UNOESC. Santa Catarina. Brasil.

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Publicado

2020-12-01

Como Citar

Celso, A., Zanol, D. C. B., Mingoti, M. E. D., Soares, G. F., Veppo, T. G., & Silva Filho, C. C. da. (2020). A escrita e entrega de cartas na atenção primária: um exercício interprofissional de empatia e agradecimento. Saúde E Meio Ambiente: Revista Interdisciplinar, 9(Supl.1), 4–5. https://doi.org/10.24302/sma.v9iSupl.1.3377