Ontem usuários de drogas, hoje neopentecostais: tratamento espiritual, publicidade religiosa e profanações

Autores

  • Marcos Scarpioni Universidade Metodista de São Paulo

DOI:

https://doi.org/10.24302/prof.v3i1.981

Palavras-chave:

Dependentes. Ritos. Legitimação. Neopentecostais.

Resumo

Nesse artigo buscamos compreender as relações estabelecidas entre líderes neopentecostais (IAPTD e IURD), dependentes químicos e/ou adictos e as drogasno interior das instituições religiosas, portanto, uma análise fenomenológica,comportamental. Por meio de um conjunto de práticas religiosas (ritos), taislideranças afirmam promover a cura total do indivíduo. Sob o arcabouço teóricode Bourdieu (poder simbólico) e Foucault (biopoder), examinamos tais relações eseus benefícios na sociedade contemporânea. Servimo-nos de observações empíricas dos programas televisivos gravados, analisando as práticas religiosas, testemunhos dos ditos “ex-dependentes” em paralelo as intervenções públicas para o tratamento de usuários propostas por órgãos públicos eparticulares, bem como, contrariedades, subjetividades e legitimações observáveis. Logo, avaliamos como as práticas religiosas são equiparadas aosprocedimentos de tratamento clínico. Embora os líderes afirmem curar totalmenteos usuários de drogas, adictos,... que por sua vez “legitimam” tais afirmações, nesse processo observa-se grande subjetividade e tentativa de contestação das ações desenvolvidas por outras instituições seculares (pública e particular) focadasna recuperação do indivíduo. Isso faz-nos refletir sobre, profanações e osposicionamentos divergentes gerados por uma “publicidade religiosa”contrariando o que é previsto na lei 11.343/2006.

Biografia do Autor

Marcos Scarpioni, Universidade Metodista de São Paulo

Licenciado e Bacharel em Química, Especialista em MBA em Gestão Ambiental e Desenvolvimento Sustentável, Especialista em Direito Ambiental e Mestre em Ciências da Religião

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Publicado

2016-09-14

Como Citar

Scarpioni, M. (2016). Ontem usuários de drogas, hoje neopentecostais: tratamento espiritual, publicidade religiosa e profanações. Profanações, 3(1), 178–211. https://doi.org/10.24302/prof.v3i1.981

Edição

Seção

Artigos