A guerra civil como paradigma (bio)político em Giorgio Agamben

do estado de exceção à stasis

Autores

  • Guilherme de Brito Primo Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul

DOI:

https://doi.org/10.24302/prof.v6i0.2237

Resumo

O presente trabalho tem por escopo investigar a problematização da guerra civil como paradigma político no pensamento de Giorgio Agamben, procurando, num primeiro momento, abordar a posição paradoxal do homo sacer enquanto figura arcaica por meio da qual a matabilidade da vida se dá através da decisão soberana, expondo a proximidade entre o poder soberano e o biopoder desde tempos remotos, através da relação de exceção. Em seguida, avançaremos na problematização do estado de exceção, tendo por base duas categorias interpostas por Agamben: por um lado, o paradigma do campo de concentração, ou campo, que, para além de determinar a estrutura de exceção de um período histórico, ou de um contexto específico, designa os recortes de exceção que emergem do horizonte global contemporâneo, imerso em fluxos de refugiados e apátridas, em ameaças de terrorismo e crises econômicas, em guerras civis intermináveis – seja nos territórios palestinos colonizados pelas forças israelenses, seja nas periferias brasileiras –, um contexto, enfim, mergulhado num enredo bélico permanente. Por outro lado, recorreremos ao conceito de stasis para analisar a guerra civil na grécia antiga como paradigma político que, dissolvendo os limites entre a oikos e a polis, ou, melhor dizendo, “politicizando” a oikos e “economicizando” a polis, torna indiscerníveis público e privado, interno e externo, e encontra na conjuntura da guerra contra o terror e na indiscernibilidade entre ações policiais e intervenções militares o seu correlato contemporâneo.

Palavras-chave: Giorgio Agamben. Guerra. Estado de exceção. Biopoder. Stasis.

Biografia do Autor

Guilherme de Brito Primo, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul

Graduado em Direito e Mestrado em Filosofia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), e, atualmente, cursa Doutorado em Filosofia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS).

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Publicado

2019-09-16

Como Citar

Primo, G. de B. (2019). A guerra civil como paradigma (bio)político em Giorgio Agamben: do estado de exceção à stasis. Profanações, 6, 189–219. https://doi.org/10.24302/prof.v6i0.2237

Edição

Seção

Artigos